A sétima arte teve seus primeiros suspiros muitos anos antes da criação do Cinematógrafo, desenvolvido pelos irmãos Lumière na França, em 1895. As primícias do cinema tiveram como cenário a China, por volta de 5.000 a.C. O “Jogo de Sombras” como era chamado, consistia na projeção sobre paredes ou telas de linho de figuras humanas, animais ou recortes de objetos e cenários manipulados. A temática, contada por um narrador, geralmente envolvia guerreiros, princesas e dragões.
A primeira “tecnologia cinematográfica” desenvolvida, primeiramente por Leonardo Da Vinci no século XV, e posteriormente, no século XVI, pelo italiano Giambattista Della Porta foi chamada de Câmara Escura e consistia em uma caixa fechada com um pequeno orifício coberto por uma lente que permitiam a entrada de luz. A imagem dos objetos exteriores era projetada no interior da caixa (e invertida). No século seguinte, o alemão Athanasius Kirchner se baseia na Câmara Escura para criar a Lanterna Mágica, que vai no sentido oposto à “tecnologia” do napolitano Della Porta. O aparelho é composto por uma caixa cilíndrica iluminada à vela que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.
Os primeiros aparelhos tentavam capturar e reproduzir o movimento por meio da exibição de fotografias baseados no fenômeno da Persistência Retiniana (descoberta pelo inglês Mark Roger em 1826) e então, a fotografia e a análise do movimento representavam avanços para o desenvolvimento do cinematógrafo. Em 1832 o físico belga Joseph-Antoine Plateau desenvolve o Fenacistoscópio. A invenção de Plateau, que foi um grande estudioso da persistência retiniana, consistia em um aparelho formado por um disco com figuras desenhadas que, ao girar, criavam a ideia de movimento. Posteriormente, aparecem aparelhos como o Praxinoscópio (inventado pelo francês Émile Reynaud, em 1877), o Fuzil Fotográfico (desenvolvido pelo fisiologista francês Étienne-Jules Marey, em 1878), seguido pelos estudos de Marey sobre a Cronografia tendo o andar de um homem e o vôo dos pássaros como inspiração para o desenvolvimento do estudo, que consiste na fixação fotográfica de várias fases de um corpo em movimento e basicamente o pilar do cinema.
Em 1890 o norte-americano Thomas Edison, que já tinha inventado o filme perfurado, produz e exibe uma série de curtos filmes no que seria o primeiro estúdio de cinema, o Black Maria em West Orange, New Jersey. Esses pequenos filmes não são projetados em uma tela mas sim no interior de uma máquina, o Cinetoscópio, também inventado por Edison, mas que limitava a exibição do filme para apenas uma pessoa por vez.
E no ano de 1895, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumière criam, a partir do aperfeiçoamento do Cinetoscópio, o Cinematógrafo. O aparelho desenvolvidos pelos irmãos, filhos de um fotógrafo e proprietário de uma indústria de filmes e papéis fotográficos, é o ancestral da filmadora: era movido à manivela e utilizava negativos perfurados.
A primeira exibição dos irmãos Lumière de La Sortie de l’unsine Lumière à Lyon (A saída da Fábrica Lumière em lyon) aconteceu no dia 22 de março de 1895 no Grand Café Paris para uma pequena plateia mas foi um grande passo para um novo rumo na indústria do entretenimento. Os primeiros filmes representavam cenas cotidianas e cativavam cada vez mais públicos fascinados com a tecnologia “moderna”.
