We made our own bed/Nós fizemos a nossa cama – Trash

Em sociologia, uma sociedade (do latim: societas, que significa "associação amistosa com outros") é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade.

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            Mas porque será que temos tanta dificuldade em lidar com certos temas sociais, será medo, conformismo ou desconhecimento? A evolução da nossa sociedade é sem precedentes. Viagens que levavam dias hoje são feitas em horas, noticias que os jornais precisavam de um dia para divulgar hoje num simples enviar de mensagem, já se torna viral.

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            É sabido que política e religião são assuntos que como diz o ditado, “não se discute”. Em minha opinião falar sobre Lixo, parece ser um tema que também não se discute. Sim o lixo também recebeu um botox e agora se chama Resíduo. Mudou a nomenclatura, mas não o respeito, ou seja, o desrespeito.

            È impossível imaginar nossa sociedade sobrevivendo sem todas as embalagens que vemos nas prateleiras. Graças a elas tornou-se possível a conservação de muitos produtos. Mas porque um produto que recebeu tanta atenção na sua elaboração tem tamanho descaso após seu uso, será porque após a velhice, nada tem valor?

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            Os designers pensaram na beleza e funcionalidade, os engenheiros nos processos produtivos, o setor de marketing na sensação que teríamos ao tocá-lo, mas no momento que virá resíduo nenhuma homenagem é prestada antes do o saco de lixo.

            Um estudioso sobre o tema descreveu que virar lixo, tem o mesmo impacto que morrer por isso falar de lixo é sim falar de morte. (Tema mórbido)

            Considero que nenhuma sociedade se desenvolverá se não tratar o seu resíduo com respeito e passar a pensar que é preciso deixar um legado ambiental para as novas gerações. Temos o habito de pensar que o fato de pagarmos a tarifa de lixo em nosso carne do IPTU, nos isenta de qualquer responsabilidade. Temos preguiça de agir e  preguiça de posicionar o saco de lixo na lixeira.

            Numa metáfora bem simples, nosso comportamento mais parece uma casa cheia de adolescentes que pela manhã vão à escola. Nesse período a casa é limpa, meias sujas são salvas da lei da gravidade que o chão do quarto tem, o copos de água fugitivos são resgatados da sala, mas numa fração de minutos ao chegarem para o almoço, a casa já está de pernas para o ar, e a saga tem que começar novamente.

Till and Nicholas.

            Nenhuma empresa publica ou privada, conseguira dar conta desse comportamento adolescente da nossa sociedade, no tema lixo.

            Sim, teremos que sair da zona de conforto, nos dedicar alguns minutos para separar os materiais, e depois levar para o seu local correto de coleta. Esse será o principal papel dos nossos governantes, definirem um modelo de gestão, mostrar para sociedade o porquê esse comportamento é o que melhor se enquadra na nossa comunidade. Levando em consideração, sempre, questões econômicas, de logística e de recursos.

            Não precisamos reinventar a roda. Muitos países já vivenciaram o mesmo e podem servir como modelo para nós com alguma nacionalização do processo.

Lya, Whitney and Kathrin.

            Em uma experiência que tive na Áustria vi que um dos seus estados, que é composto por aproximadamente 200 cidades, criou um projeto que padronizou o processo de coleta. Ele funciona com cada morador tendo a liberdade de contratar o volume semanal de resíduos que acha que irá produzir, pagando sua tarifa proporcional a sua produção. Já em contrapartida todos os municípios oferecem uma estrutura onde o cidadão pode levar os materiais recicláveis, nesse local, é possível levar plásticos com todas suas variáveis, papel, colchão, roupas, óleo de cozinha, moveis, etc. Tudo isso sem custo. Paralelo a isso o comercio pode participar separando alguns materiais que tem um dia específico para coleta.

            Esse sistema não foi pensado para ser bonito e sim lucrativo. Quando o cidadão separa corretamente em casa, a qualidade do reciclável e a economia em sistema de separação manual ou mecânica é gigante. A eficiência no transporte também é grande, porque é possível compactar os materiais.

Baixo investimento, menos desperdício, mais eficiência.

Dana.

            Aqui também se faz o uso correto da matemática, imagine o ato de separar o lixo e cada membro da familia lavando seu copo após o uso. Talvez custem 30 segundos de vida de uma pessoa, mas se você já lavou a louça de uma família num almoço de domingo sabe o que estou falando. Que tédio, que trabalho sem fim, é assim também o processo de separar resíduos.

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        Já dizia Nelson Mandela, uma das coisas mais difíceis não é mudar a sociedade; é mudar a si mesmo. Foi seguindo essa linha de raciocínio que o artista Greg Segal, formado na California Institute of the Arts, criou a obra 7 days of garbageou 7 dias de lixo, que ilustram essa postagem.

''7 Days of Garbage is a series of portraits of friends, neighbors, and other acquaintances with the garbage they accumulate in the course of a week. Subjects are photographed surrounded by their trash in a setting that is part nest, part archeological record. We’ve made our bed and in it we lie''.

A obra reúne um conjunto de fotos de amigos, vizinhos e outras famílias, deitados na quantidade de lixo que produzem durante a semana.

''Nós fizemos nossa cama, e agora deitamos nela.

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